sábado, 10 de dezembro de 2016

ATE QUANDO, SAUDADE?

Palavra que dói e às vezes ate cutucamos para não deixar de doer.

Saudade da inocência da infância feliz, da juventude sem preocupação, dos sonhos e castelos que construímos em nossa imaginação.

Saudade dos meus pais e dos muitos irmãos, da cidade do interior, das reuniões de família, a mesa cheia, sinto falta ate do terço que tínhamos que rezar juntos; achava chato. Não sabia o que era sofrimento, e o primeiro não podia ser maior. Perdi minha irmã Carminha, a que eu era grudada, a que eu mais admirava e só chamava de Minha. Começou ai. Minha primeira e grande depressão, a vida perdeu o brilho.

Hoje sinto saudade dos meus filhos pequenos, que ja são adultos; o bem mais precioso que tenho.
Hoje na minha mesa não falta um, nem dois ou três e sim muitos. Sinto saudade ate da felicidade que um dia não reconheci.

Para matar a saudade dos que foram, temos que passar a sentir a saudade dos que ficaram. Só resta esperar o dia que estaremos todos juntos em uma enorme mesa onde não saberemos mais o que é saudade.


(ESCRITO EM 2015)

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