quarta-feira, 2 de março de 2011

Fundo do poço

Me atiro naquele fundo de poço, afogo nas lágrimas. Não aguento ouvir vozes, quero ficar sozinha... Preciso do meu silêncio.
A idéia é fixa, planejada. A cabeça confusa, não resta esperança. A dor e a falta de esperança querem um fim. O corpo está cansado, a mente ainda mais. E naquela fuga o plano não pode falhar. Esse sofrimento é só meu, não posso dividí-lo com ninguém.
De repente surge uma luz ou um fragmento de consciência e começo a tentar sair daquela profundidade. A escalada é sofrida, chego à superfície exausta. O corpo está fraco, a cabeça destruída. É um vazio tão grande que tenho a sensação de que a minha alma se afastou de mim. Esta dor não pode ser contada, nem dividida com ninguém. Tenho que passar despercebida, não posso deixar transparecer nada.
Aquele fragmento de consciência me leva a procurar um tratamento. Hoje posso contar que não é só no fim do túnel que existe uma luz. No fundo do poço também também existe.
Minha alma voltou e está bem guardada junto de mim.
Só a Deus é permitido levá-la.

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